Imagem retirada de: "grupodesportivodireito.blogspot.com"
Depois de ter visto o jogo da 2ª mão da ½ final do Direito frente ao Belenenses, não me passava pela cabeça que o Direito pudesse ter uma prestação como aquela que ontem teve no jogo da final do campeonato.
Entrando muito bem no jogo, com uma estratégia muito acertada para o adversário que defrontava e beneficiando do acerto (mais uma vez) de Pedro Leal, o Direito rapidamente passou para a frente do marcador e o máximo que Agronomia conseguiu durante o jogo foi empatar o resultado. Foi uma vitória justa da melhor equipa, por 22-12.
Devo dizer que esperava mais de Agronomia. Mais uma vez, Joe falhou pontapés que habitualmente não falha e foi Duarte Cardoso Pinto a marcar 9 dos 12 pontos dos agrónomos. Do lado dos vencedores quase tínhamos Pedro Leal como marcador de todos os pontos do Direito depois da fase regular, não fosse o ensaio marcado por António Aguilar que, serpenteando pelas (muito macias) linhas atrasadas de Agronomia, veio garantir a vitória dos advogados já na fase final do jogo.
Será quiçá o momento para os dirigentes de Agronomia (e não só) se questionarem se o investimento em (tantos) jogadores estrangeiros vale assim tanto a pena ou se não será mais benéfico para todos um investimento no “produto nacional”, com algumas pontuais excepções quando a qualidade do jogador estrangeiro for realmente muito superior.
A arbitragem esteve a um excelente nível: a colocação de um microfone em Pedro Murinello permitiu a quem, que como eu, assistiu o jogo pela TV ver a forma como explicou as decisões aos capitães não deixando margem para contestações, não obstante toda a polémica que se tentou lançar sobre a sua imparcialidade na semana que antecedeu o jogo. Parabéns à equipa de arbitragem.
Infelizmente, uma cena de pancadaria entre vários jogadores, que teve a sua origem em Rui d’Orey (o jogador do Direito agarrou um adversário para o impedir de jogar rápido), veio estragar um pouco a imagem de imenso fair-play que foi dada pelos intervenientes. Há quem diga que não foi grave, mas um amigo meu que não percebem nada de rugby e que viu o jogo, a primeira coisa que me disse foi: “Epá! Aqueles gajos à porrada…”. Quer queiramos, quer não, estes comportamentos, ainda para mais na final do campeonato nacional com transmissão em directo na TV, em nada ajudam a modalidade. Também neste lance a arbitragem esteve bem.
Felizmente, no final do jogo, foi possível assistir a novas demonstrações de fair-play. Uma palavra para o Presidente da Direcção da FPR (tão severamente fustigado por comentários depreciativos nalguns fóruns) que, certamente com um nó na garganta, entregou o troféu ao capitão Vasco Uva. Não que eu seja um seu defensor, mas justiça lhe seja feita.
Não quero terminar sem mencionar o susto pregado por Miguel Portela que perdeu os sentidos após um choque terrível com um adversário, ficando por terra inanimado. Pelas imagens da TV e pela rápida intervenção e gestos da equipa médica e dos bombeiros (ou INEM) parecia algo de muito grave. Felizmente não se confirmou e lá pudemos ver o veterano jogador de 36 anos a festejar o seu sétimo título (creio não errar).
Quero, pois, dar os meus parabéns a Direito por mais um título. A equipa de Monsanto tem sido a grande dominadora do rugby nacional na última década e meia. Ontem vi uma equipa muito moralizada e ainda com fome de vitórias que pensava já (quase) não existir. Fiquei convencido que essa fome não terá ficado saciada ontem…
Para Agronomia fica a decepção de não ter conseguido, mais uma vez, superar o desafio da final do campeonato, depois de uma fase regular muito boa. Falta qualquer coisa a esta equipa…talvez mais alma…
Para finalizar, quero dar os meus parabéns ao CRAV pela vitória na final da 1ª divisão e consequente subida a Divisão de Honra. Para o Évora, inapelavelmente batido por 32-10, fica um abraço e o desejo de os ver lutar pela subida de novo na próxima época.
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