Este espaço conjuga duas paixões: o rugby e o coleccionismo. Pretende dar a conhecer (aos poucos) a minha colecção filatélica já bastante avançada sobre o tema "rugby" e, simultaneamente, aproveitar esse pretexto para, aqui e além, opinar, divulgar e testemunhar sobre "coisas" deste desporto fantástico. Claro está que um dos objectivos é conquistar adeptos para este tipo de coleccionismo, fazendo com que se juntem a este MAUL DINÂMICO!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Amanhã a esta hora...

...já devo estar em Moscovo...a fazer companhia a estas senhoras e senhores...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um adeus (temporário)?



Foi uma decisão muito difícil, mas a família (3 miúdos pequenos), o trabalho e a saúde acabaram por pesar. Este Domingo pus um ponto final (quem sabe se só temporariamente) nas minhas funções de manager nas camadas jovens da Escola de Rugby das Comunidades Europeias aqui no Luxemburgo.



Foram tempos fabulosos que vou recordar com gosto. Foram miúdos fantásticos que, espero, continuem a jogar e que gostaria de ver um dia com a camisola do leão vermelho do Luxemburgo a nível sénior (neste ano de bons resultados já lá estiveram 13 dos nossos).



Para eles, o meu agradecimento pela dedicação num ambiente tão complicado. Sem campo próprio, sem club-house, sem um espaço para guardar material e com um sem n° de outras dificuldades) estiveram sempre lá, com entusiasmo mesmo nos dias em que nada corria bem. 

Numa equipa com tantas nacionalidades (tivemos ingleses, franceses, italianos, espanhóis, irlandeses, luxemburgueses, holandeses, belgas, ½ canadianos, suíços, ½ gregos, alemães, búlgaros, ½ japoneses e...1 português) poderiam servir de exemplo para os políticos europeus que raramente conseguem remar todos para o mesmo lado...

A ver vamos o que nos guarda o futuro...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Até quando vamos continuar a fazer milagres?

Tendo conseguido a qualificação como equipa residente do Circuito Mundial de Sevens na época passada, Portugal passou uma época muito difícil, que viria a culminar com a necessidade de disputar a manutenção do estatuto de residente em Londres.

A presença nacional no Circuito Mundial foi marcada por 3 qualificações para a Cup (a mais importante das Taças em disputa) que nos valeram 30 pontos e mais 5 pontos fruto de derrotas nas meias-finais da Shield (a menos importante das Taças). De comum entre elas está o facto de termos sempre (se a memória não me falha) perdido todos os jogos do 2º dia.

Portugal foi capaz do melhor e do pior; foi muito inconstante e, simultaneamente constante no acto de ter sempre realizado péssimos segundos dias.

Independentemente de concordar ou discordar das escolhas, Portugal utilizou bastantes jogadores nas 8 etapas (mais Londres), 21 se não me engano. Mas continuou dependente de um grupo restrito de jogadores que dão mais garantias por força, também, de uma maior experiência. Jogadores estes que estiveram também envolvidos no Campeonato Nacional e (pelo menos uma parte desse núcleo) nos trabalhos da equipa nacional de XV. Nestes últimos meses da época, a forma física destes não é a mais desejável e não fosse a sua abnegação e empenho, os resultados de Portugal seriam piores.

No Verão passado estive uma semana a acompanhar a equipa francesa durante a preparação e participação no Algarve Sevens; acompanho com regularidade o Circuito Mundial (ao vivo e na TV) e tenho a felicidade de poder discutir vários assuntos com intervenientes directos no circuito bem como outras pessoas ligadas ao meio.

Certamente se lembrarão que a equipa francesa era uma equipa perfeitamente ao nosso alcance e que tínhamos um balanço positivo frente aos gauleses. Pois, a fazer fé nos dados disponibilizados pelo “Mão de Mestre”, o saldo acabou de cair para o lado francês (20V contra 19V dos portugueses). Na época que está a terminar não ganhámos um jogo aos franceses (3 derrotas).

Situação parecida com a Escócia: esta época um saldo negativo de 5-2, sendo que a vitória em Lyon foi contra uma equipa escocesa de 2ª linha. Fora da Europa podia falar dos EUA ou do Canadá onde, por força dos resultados dos últimos tempos, a balança pende agora para os nossos adversários.

A verdade é que a introdução dos Sevens no programa olímpico veio modificar o panorama da variante (há quem diga que é outra modalidade). Vários países investiram a sério nos Sevens e os resultados começam a aparecer. E Portugal? Bem, a meu ver, Portugal continua dependente da boa vontade dos jogadores, dos seus patrões e professores…

Quando estive no Algarve, o presidente da FFR veio visitar as tropas. Chegou acompanhado de 4 Directores e veio decidir o futuro da equipa, que passava pela qualificação para o Mundial. Objectivo conseguido, tudo é planeado ao pormenor.

Permitam-me que vos explique aquilo que vi: um grupo que chegou antes de todas as outras equipas (quase uma semana antes do torneio começar), acompanhada de manager, treinador, preparador físico, médico, fisioterapeuta e 14 jogadores (dois deles jovens a aguardar o veredicto em relação ao seu futuro com a equipa).

Durante todo o tempo de trabalho físico (e durante os jogos também), os jogadores são seguidos através de um sistema de gps em que os seus índices físicos são escrutinados ao pormenor, permitindo (entre outras coisas) ao treinador tomar opções técnicas e tácticas com um fundamento, diria, científico.

Se espreitarem no site da FFR, verão também o acompanhamento médico a que são sujeitos, com análises de sangue a determinar o grau de “destruição” dos organismos. Curiosamente, parece que estes dados mostram que o esforço físico a que são submetidos os jogadores de Sevens é superior ao dos de XV, inclusive ao nível do contacto.

A FFR funciona com um grupo de 12 jogadores contratados e que se dedicam a 100% aos Sevens. Só treinam e jogam Sevens…e são pagos para o fazer. Consequentemente estão sempre à disposição do seu empregador. Em Portugal, há treinos a serem cancelados porque os jogadores não conseguiram libertar-se das suas obrigações para ir treinar (ou até jogar).

Quando há lesões, o treinador francês vai buscar jogadores aos clubes (esta época houve sempre alguém de fora no grupo). Em Portugal, tem de se experimentar um novo jogador, muitas vezes sem experiência, porque a base de recrutamento é infinitamente mais pequena que a da França (Escócia, Gales, Rússia, etc).

Além disso, o treinador tem à sua disposição jogadores com as características bem específicas para as posições (de acordo com a sua perspectiva) e não tem de andar a fazer adaptações. A um Gobelet pede-se que ganhe bolas altas e mantenha a posse de bola, mas não se pede que seja rápido a progredir, p.ex. Nós temos de andar a adaptar os disponíveis…

A alimentação é muito cuidada e, sem entrar em pormenores, uma das questões que foi discutida no verão no Algarve era o menu na cantina de Marcoussis que teria de ser diferente do menu dos outros. Isto para verem o grau de detalhe. Em Portugal há equipas nacionais de Sevens que (ao que leio é o caso das miúdas) têm de levar a sua água e a sua comida para os treinos.

Enfim, a nossa realidade é completamente díspar da francesa; pelo que pude observar escoceses, galeses, ingleses ou russos têm algo de parecido (com diferenças ao nível do estatuto dos jogadores, mas com um suporte tecnológico/científico similar). Isto na Europa…

Claro está que me vão responder que não há dinheiro. Eu sei. Como também sei que os outros têm mais dinheiro que nós. Compete-nos (à FPR) gerar receitas e administrá-las da melhor maneira. A perda de competitividade significa a perda de receitas quer ao nível dos patrocínios, quer ao nível dos organismos internacionais que regem a nossa modalidade.

Essa perda significará o fim do investimento no rugby português. Significará um retrocesso ao nível do contacto internacional que não será, de todo, fácil de recuperar (Sevens ou XVs).

E não serão, seguramente, os jogadores os responsáveis pela perda de competitividade, pois parece-me ser impossível dar mais do que eles dão. E se pensarmos na idade de alguns deles e na necessidade de renovação (que o seleccionador tem introduzindo aos poucos)…

Compete-nos a todos ajudar a encontrar sinergias e formas de aproveitar melhor os recursos (sobretudo financeiros) de que dispomos. Num mundo que já é profissional, a nossa boa vontade, capacidade de sacrifício e de superação nos momentos cruciais não vai funcionar sempre.

É preciso uma reflexão séria sobre o que se quer das nossas selecções, quais são os seus objectivos (realistas) num futuro próximo e agir em conformidade. E é preciso tratar bem os jogadores que temos...

O futuro não é muito risonho: até quando vamos continuar a fazer milagres?



PS - Entretanto, li o post do “Rugby de Lisbonne à Paris” em que se fala da necessidade de encontrarmos um jogador a que o Cláudio chama um “furador”. Pois a verdade é que, na minha opinião, também precisamos de jogadores velozes (para atacar melhor, mas também para defender melhor). Todas as equipas têm sprinters de qualidade. Nós temos o Duarte Moreira (afectado por problemas físicos neste final de época) e outros que, como é natural, já não têm a mesma velocidade de outros tempos, mas precisamos de mais velocidade capaz de passar a linha de vantagem por um buraquinho…

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O melhor de Portugal

Este post é sobre rugby, mas não é sobre rugby…enfim este post é sobre gente que gosta de rugby, mas sobretudo sobre portugueses e vem ainda mais a propósito sendo hoje dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

A história começa já lá vão algumas semanas, quando escrevi num comentário no "Mão de Mestre" que iria a Lyon ver os Sevens. Pouco depois, leio que o Cláudio (“Rugby de Lisbonne à Paris”) também vai juntamente com o Bryan Freitas (“Rugby Portugal / Lobos em França”). Sem saber como já estava convidado pelo Manuel Lopes para um piquenique dos adeptos portugueses.

 
E assim foi que na companhia do meu colega e amigo João saí do Luxemburgo no Sábado às 5h00 em direcção a Lyon (550km). Mal sabia eu o que ia encontrar…
 
Pouco depois de chegar recebo um telefonema do Cláudio a perguntar onde estava que “eles” já estavam no estádio. Fui então ao encontro “deles”. Foi um encontro feliz!
 
Na verdade, naquele grupo de portugueses encontrei o que Portugal tem de melhor: o seu povo. Gente boa, hospitaleira e generosa. Brincalhona, divertida e sempre pronta para “picar” o amigo. Devo dizer que a minha ida a Lyon superou todas as expectativas. Não pelo desempenho desportivo dos nossos esforçados Lobos (disso tratarei noutro post), mas pelo convívio com gente tão genuína.
 
Sem me conhecerem de lado nenhum fizeram-me sentir como se fosse um deles desde sempre. Como me soube bem aquele frango ou aquele bacalhau, acompanhado pela nossa Super Bock na companhia de gente que partilha não uma, mas duas paixões: o rugby e Portugal.
 
Juntos sofremos, resmungámos com os erros e os falhanços; juntos rejubilámos por cada ensaio e por cada placagem. Juntos comentámos as aventuras e desventuras do nosso rugby, juntos fizemos planos para o futuro, juntos nunca deixámos o sonho morrer. Juntos fomos…Portugal!
 
Não queria personalizar demasiado até porque não consegui fixar o nome de todos, mas queria deixar um grande agradecimento ao Manuel Lopes (um líder natural) e ao Armando Marques pelo seu dinamismo, liderança e generosidade (e pelas boleias também). Abraços também para todos os outros (vindos de vários lados e de várias distâncias). E sobretudo, sobretudo muito obrigado. Eles fizeram deste fim-de-semana um momento memorável.
 
Num momento em que Portugal e os portugueses andam tão deprimidos, foi muito bom sentir aquele calor tão português quando se recebe alguém. Ainda há esperança…a saudade dá-nos força…Portugal tem de saber aproveitar o que de melhor tem: os portugueses.
 
Hoje é o nosso dia! Para nós que estamos longe da nossa terra, este dia é sempre dia de emoções. Ontem e anteontem, foram dias de emoção, foram dias de Portugal.
 
Obrigado amigos. O nosso maul dinâmico não pode parar…