Este espaço conjuga duas paixões: o rugby e o coleccionismo. Pretende dar a conhecer (aos poucos) a minha colecção filatélica já bastante avançada sobre o tema "rugby" e, simultaneamente, aproveitar esse pretexto para, aqui e além, opinar, divulgar e testemunhar sobre "coisas" deste desporto fantástico. Claro está que um dos objectivos é conquistar adeptos para este tipo de coleccionismo, fazendo com que se juntem a este MAUL DINÂMICO!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma visão...

(foto: Gérard Kemps no site da FIRA-AER)

Portugal conquistou, no passado fim de semana, o Campeonato Europeu de Sevens, confirmando mais uma vez o seu potencial na variante.

Aqui fica uma pequena reflexão sobre a matéria dos Sevens.

Em primeiro lugar, no que respeita ao nível da prova, creio que o facto da mesma ter sido disputada pelas 12 melhores equipas que disputaram os 6 torneios de qualificação é, por si só, revelador do bom nível da prova no âmbito europeu – digo europeu porque, tal como nos XV, a Europa não tem estado à altura do hemisfério sul no que toca à qualidade do jogo e consequentes resultados desportivos.

Se olharmos com atenção, todos os países que connosco disputam o Torneio Europeu das Nações de XV (Espanha, Rússia, Ucrânia, Roménia e Geórgia) estiveram representados. A estes devemos juntar a Itália e particularmente a França, com uma equipa bastante competitiva.

Pode-se dizer que as ilhas britânicas não estiveram presentes (ao que parece estarão no próximo ano). É evidente que com estas, a competição seria mais forte. Mas significaria isso que Portugal deixaria de se classificar em posições honrosas? Não creio. Com a Irlanda e a Escócia temos um historial de vitórias, contra os galeses já por várias vezes vencemos e apenas contra a Inglaterra temos um saldo negativo. Mesmo contra estes, vi no Torneio IRB de Edimburgo deste ano (o jogo mais recente, portanto) uma equipa portuguesa perfeitamente capaz de vencer os ingleses.

Em resumo e na minha modesta opinião, Portugal arrancou um excelente resultado face a países onde o investimento nos Sevens aumentou substancialmente nos últimos tempos. Parabéns a todos!

Em segundo lugar, levanta-se a questão da qualificação olímpica; é evidente que em 2010 não estamos a disputar uma qualificação olímpica. Faltam 6 anos… Mas convém talvez lembrar que o Campeonato da Europa de Sevens tem sido prova de qualificação para o Mundial da variante e que este se disputa em 2013, precisamente em Moscovo.

Parece-me que a competição que Portugal venceu (depois de 6 torneios “democráticos” de qualificação) será, em todo o caso, um bom barómetro para a qualificação olímpica. Como todos sabemos (e não vale a pena meter medo com outros argumentos), o Reino Unido apresenta uma equipa única nos JO; ora, poderíamos extrapolar os resultados dos últimos tempos e concluir que Portugal seria a 2ª ou 3ª equipa europeia e, consequentemente, seja qual for o modelo de qualificação olímpica (que não implicará, certamente, os privilégios que certos países têm nos XV) estaria qualificado para os JO, a grande festa do desporto mundial.

Isto leva-nos ao argumento constante de que temos de privilegiar os XV em detrimento dos Sevens. Porquê, pergunto eu?

Portugal já demonstrou, por diversas vezes, que é bom nos Sevens. Que é melhor nos Sevens que nos XV. Parece-me pouco razoável (e creio que só num país como Portugal é que tal é sugerido) que se sacrifique algo em que se é bom por algo onde se é menos bom.

Não quero com isto afirmar que se deverá seguir a via contrária. É evidente que os XV são um vector importantíssimo da modalidade. Quero apenas manifestar o meu total desacordo com qualquer política que impeça o crescimento dos nossos Sevens, variante onde já demos provas de qualidade. Os Sevens têm de ser uma prioridade, por muito que algumas vozes conservadoras tentem desacreditar e descredibilizar aquilo que já conseguimos!

O futuro do rugby como desporto de massas (e não de uma elite bafienta) passa pelos Sevens como grande espectáculo que é, com a animação que lhe está associada, com a facilidade de compreensão das regras por parte de alguém que vê o jogo na TV pela 1ª vez, pelos patrocinadores que este espectáculo e as transmissões televisivas atraem…enfim, os Sevens são o futuro do rugby.

Muita gente já o compreendeu, outros ainda não.

Já diz o povo e (como sempre) com razão: “Não há pior cego do que aquele que não quer ver.”

8 comentários:

Anónimo disse...

Elite bafienta?

O que é isso?

Conversa de mrpp?

Anónimo disse...

Já agora podia comentar este assunto?

"Tiro no pé"

http://cdul.blogspot.com/

Great_duke disse...

Quando digo elite bafienta, refiro-me a um grupo de pessoas com uma visão conservadora do rugby, que não percebe que o rugby de hoje não é o mesmo dos anos 60, 70 ou 80e que a modalidade tem de se democratizar, abrir-se a um público alvo maior, ganhar visibilidade...para crescer.

A elite de que falo tem alguns porta-vozes que parecem ter uma implicação constante com os Sevens, sem que eu consiga encontrar alguma explicação lógica para o facto.

Quanto ao MRPP, não sou membro, nem nunca votei por não considerar que representem a minha forma de ver o mundo; mas como sou democrata por natureza, acho que, tal como você e eu, têm o direito de opinar.

Great_duke disse...

Quanto ao tiro no pé, correndo o risco de acertar no meu próprio pé, vou tentar fazer algo durante o fim de semana...

Anónimo disse...

Essa linguagem de "bafiento" é típica de mrpp. Só isso.

Claro que têm todo o direito...apesar de defenderem a ditadura de sabe-se lá de que proletariado...

Quais são essas vozes que se afirmam contra os 7's?

Great_duke disse...

O mais próximo do MRPP que conheço é o Durão Barroso.
:-)

Quanto às "vozes", aqui no Luxemburgo estou um bocado longe para as ouvir, mas nos blogs leio algumas mensagens (até recentes) com torpedos escondidos (?); não consegue adivinhar?

Já agora, com quem estou a falar?

Anónimo disse...

Com um admirador do Major Mouzinho de Albuquerque...

Great_duke disse...

Essa agora! Como é que foi dar com esses meus laços familiares? Ou será alguém que eu conheço pessoalmente...