Terminou a janela de Novembro!
Hora de balanço. Comecemos por Portugal. Se olharmos para as estatísticas contra estes adversários antes dos 3 jogos agora disputados, só poderemos estar satisfeitos, apesar das duas derrotas. Estes mostram as derrotas por números mais curtos com as duas equipas da América do Norte e a primeira vitória contra a Namíbia (que ganhou este ano a Nations Cup contra, p.ex. a Geórgia).
Mas se olharmos para lá dos números, talvez possamos sentir alguma frustração, uma vez que ficou notório que poderíamos ter ganho os 3 jogos. Sim, Portugal podia ter vencido 3 equipas que vão estar e são clientes habituais do Mundial.
Ok! Mas devemos mesmo sentir essa frustração? Creio que não, pois os resultados alcançados mostram uma clara melhoria em relação aos últimos jogos. Sem esquecer que EUA e Canadá são equipas habitualmente classificadas acima de todos os nossos adversários do CEN.
Temos portanto de colocar tudo isso em perspectiva. E juntar o elemento novidade, com uma equipa técnica que começou agora mesmo a trabalhar com a selecção, com um treinador principal que está em Portugal à poucas semanas.
Eu sou optimista por natureza e prefiro ver os resultados de Portugal não só na vertente numérica. E o que vi eu, então? Bem, na minha modesta opinião de pessoa que gosta de ver rugby (e não treinador, de bancada ou campo), eu vi o pack avançado português com um poderio que não tinha visto antes (pelo menos que me lembre). Vi uma boa adaptação de Joe Gardener a médio de abertura (sem a tremideira do CEN), permitindo manter Pipoca na sua posição habitual, vi um Gonçalo Uva com uma moral renovada, vi um Zé Pinto ao seu melhor nível, vi um Frederico Oliveira muito valioso a placar e a fazer jogar e um Aguilar com uma determinação visível no seu desempenho. Sem desprimor para os outros. Vi tudo isto e gostei. E fiquei com vontade de seguir a equipa no CEN.
Foi um Portugal renovado de energias, motivação e reposicionamentos. Foi um Portugal que não renegou os seus emigrantes nem os jogadores que actuam no seu campeonato. Até nisso foi um bom Portugal.
Tenho esperança que esta equipa nos dê grandes alegrias, mas o tempo o dirá. Como antes já tinha dito, há que dar tempo à nova equipa técnica…
Portugal de lado, o que nos trouxe a janela de Novembro?
Bem, a confirmação da Nova Zelândia como a melhor equipa do momento (esperamos para ver como irão lidar com a pressão do Mundial, ainda para mais em casa), uma Inglaterra capaz de vencer e convencer a Austrália (2ª do ranking) que, por sua vez esmagou a França neste último jogo, uma Escócia em crescendo (vencendo os Springboks a precisar de “algo mais”). Mas sobretudo o grande destaque desta janela de Novembro é a Geórgia, vencedora dos EUA, Canadá e Espanha, que venceu duas equipas teoricamente superiores e sobe no ranking.
Grande destaque porque são resultados interessantes, porque os georgianos são nossos adversários todos os anos e porque…por pouco poderia ser Portugal a ter tal desempenho.
Ora, e para terminar, gostaria de deixar um motivo de reflexão: muito se fala da falta de competitividade do campeonato nacional como uma das causas da nossa incapacidade para evoluir e bater alguns dos nossos adversários habituais. Então e o campeonato georgiano? É mais competitivo que o nosso? Confesso que desconheço em absoluto o campeonato georgiano, mas não creio que o seja.
Então o que é que os georgianos têm de diferennte? Os georgianos perceberam que para evoluir é necessário competir entre os melhores, com os melhores, todas as semanas. E, face a tal conclusão (óbvia, creio) tudo fizeram para conseguir que a maioria dos seus jogadores de topo evolua entre os melhores (neste caso nos 3 principais campeonatos franceses).
No caso nacional, as poucas experiências nesse sentido (da exportação de talentos) nem sempre têm sido casos de sucesso. Questões para meditar…
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