XV perguntas a Errol Brain

Menos de 24h depois de ter sido anunciada a sua contratação, o Join the Maul colocou XV perguntas a Errol Brain, novo seleccionador e treinador principal da selecção nacional.

O novo responsável técnico dos Lobos foi muito expedito a responder e deu-nos a conhecer um pouco mais sobre si.

Aqui vos deixo as perguntas e as respostas, sendo a tradução da nossa responsabilidade.

1 – Pode contar-nos um pouco sobre si?

Tenho 42 anos e estou envolvido no rugby desde os 3 anos de idade. Deixei de jogar em 2002 e comecei a treinar imediatamente na equipa onde jogava no Japão: a equipa da Toyota Motor Company. Sou uma pessoa muito dedicada à família o que se reflecte de alguma forma nos valores que incuto quando treino: confiança, honestidade, trabalho árduo e comunicação aberta e transparente.

2 – E sobre a sua carreira?

Como disse comecei a jogar com apenas 3 anos e deixei de jogar com 33 anos. Joguei 257 jogos “first class” na Nova Zelândia e mais 93 em competições equivalentes no Japão. Desde que me retirei que tenho treinado várias equipas na Nova Zelândia e sou treinador de recursos (resource coach, no original) da NZRU. Também tenho responsabilidades na selecção de árbitros a nível nacional e sou treinador de recursos (resource, no original) de árbitros de top da NZ quer a nível internacional, quer a nível nacional.

3 – Porque é que decidiu aceitar o convite da Federação Portuguesa de Rugby?

Fiquei muito satisfeito e agradecido quando me foi oferecido o lugar de treinador principal de Portugal. Existem muitas razões que explicam por que aceitei esta oportunidade mas as principais são:

- a possibilidade de trabalhar com uma selecção nacional que tem muito potencial;

- as pessoas com quem lidei neste processo (Pedro Nunes e Tomaz Morais) foram muito profissionais a tratar do assunto e após uma conversa que tive com eles senti que tínhamos uma filosofia muito parecida no que respeita à forma como o rugby deve ser jogado;

- a oportunidade para mim e para a minha família de viver num país muito bonito.

4 – Quais foram os objectivos que lhe foram pedidos pela Federação Portuguesa de Rugby para o seu contrato de 3 anos?

Conseguir a qualificação para o Mundial de 2015 e elevar o ranking de Portugal de 22 para 15 ou 16 no ranking IRB.

5 – O que é que conhece do rugby português?

Tudo o que conheço é o que encontrei na internet e do que falei com várias pessoas que tiveram experiências com o rugby português. Aceitei o desafio de mente aberta e com vontade de entender o nosso grande desporto em Portugal.

6 – Viu-nos no Mundial de 2007? Se sim, lembra-se de algo em particular dessa equipa?

Sim. Estive no Mundial de 2007 e lembro-me ternamente (fondly, no original) dos Lobos e do que conseguiram nessa competição. Foram os “meninos bonitos” da competição e mostrados como o exemplo do que é bom no rugby.

7 – A nossa equipa é conhecida pelos “Lobos”, o que mostra o espírito de equipa que é uma das nossas maiores qualidades. Tem alguma ideia do que vai encontrar em Portugal?

Sei tudo isso e muito mais...

8 – Conhece algum dos nossos jogadores?

Estive a informar-me através dos meus contactos que conhecem os jogadores mas vou iniciar o meu trabalho com muita vontade de me juntar a eles e conhecer as suas virtudes e defeitos individiuais (os seus pontos fortes e os seus pontos fracos).

9 – Há bastantes jogadores nascidos em França que podem jogar por Portugal; pensa dar-lhes uma oportunidade na equipa nacional?

Tenho um visão bastante aberta no que diz respeito a este assunto mas o mais importante é que esses jogadores queiram jogar por Portugal e tenham a alma (fortitude, no original) necessária para que tenham sucesso com o seu país.

10 – Estados Unidos, Namíbia e Canadá são os nossos próximos oponentes. Nunca ganhámos a estas equipas. O que espera destes jogos?

Serão jogos muito difíceis!!!

11 – Conhece alguém do staff com quem irá trabalhar (Tomaz Morais, Frederico de Sousa, etc)?

Falei com o Tomaz e já iniciei contactos com todas as outras pessoas envolvidas na equipa nacional.

12 – Portugal tem uma forte equipa de 7s que tentará qualificar-se para os JO de 2016; pensa que será fácil (com um grupo pequeno de jogadores de top) estar ao mais alto nível simultaneamente a XV e a 7s

Não posso tomar decisões nessa matéria antes de chegar a Portugal e ter uma boa compreensão de como tudo funciona.

13 – Portugal é um país simpático, com boa comida e (talvez desconhecido) produtor de excelente vinho; os portugueses são amigáveis e gostam de receber bem os visitantes. Acha que se vai adaptar rapidamente ao nosso país?

Claro que sim!!!

14 – A sua família acompanha-o?

Sim. Sou casado com a Tracy e tenho 3 filhas: Molly, Isabella e Scarlett-Rose.

15 – Quando é que chega a Lisboa?

Eu vou o mais rapidamente possível e a minha família chegará assim que o ano escolar terminar na Nova Zelândia.

O Join the Maul não pode deixar de notar a grande simplicidade, disponibilidade e simpatia que EB demonstrou nestes primeiros contactos. Neste campo, já está a ganhar pontos...

Agora é tempo de lançar mãos à obra e a seu tempo será julgado pelo seu trabalho. Da nossa parte, como sempre, estaremos prontos para contribuir positivamente para a discussão e melhoria do nosso rugby. Esperamos que esta primeira entrevista (se é que se pode chamar tal) tenha sido informativa e vos tenha ajudado a conhecer um pouco do que é o nosso novo seleccionador.

A ele e aos Lobos resta-me desejar as maiores felicidades e muitos sucessos.

We wish you all the best, EB!!!